O LAGO DE CORUPUTUBA

A foto acima obtive em 1967 com a minha antiga Bieka. É o lago da Fazenda Coruputuba, em Pindamonhangaba.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Por que de primeiro se falava assim?




- Sabe se o Marrom já subiu?
- Que hora que vai descer o Expressinho?
- O Aço desceu atrasado hoje.
- O bonde do Seu Ciro agora só vai subir às quatro.
- Foi a Litorina que desceu agora há pouco?
- Ah! O Bacurau sobe só de madrugada.
- Nossa! Perdi a sabatina. O Marrom das 6 e 5 subiu adiantado!
- Vai descer pra Aparecida? Agora, só o Misto, de madrugada.

É QUE TODO MUNDO TINHA UMA NOÇÃO DE TOPOGRAFIA

Morando em Coruputuba, a gente sabia que DESCER era ir para Aparecida, Guaratinguetá, Lorena e, lá longe, o Rio de Janeiro. SUBIR era ir para a cidade, para Taubaté, São José dos Campos e, de raro em raro, para São Paulo.

Tinha lógica essa linguagem. O Rio de Janeiro fica no nível do mar. São Paulo está a 760m acima do nível do mar. Ir para um lado é descer. Para o outro, é subir.

É o que o Rio Paraíba faz. Nasce no topo da Serra do Mar e vem descendo. Passa por Cunha, São Luiz, Santa Branca, Guararema. Aí, faz a curva para a direita e continua a descida: Jacareí, São José, Caçapava, Taubaté, Tremembé, Pinda, Roseira, Potim, Aparecida, sempre descendo: Guará, Lorena... e vai descendo para entrar no estado do Rio de Janeiro. Até encontrar o mar, na praia de Atafona, em São João da Barra.

Por isto, tinha lógica a gente falar de trens e de ônibus que "subiam" ou "desciam".
Do mesmo jeito, a gente desce para Ubatuba. E sobe para Campos do Jordão.

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